quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Matrizes Étnicas - Influências na culinária Baiana














Histórico da comida Baiana:

As culinária Portuguesa era a base da alimentação lusitana, depois da chegada dos negros a casa grande, as negras cozinhavam cozidos, guisados, o angu ( que era um tipo de polenta que os negros comiam) dentre outras formas da culinária africana. Essa incorporação da comida africana junto a lusitana deu espaço para a disseminação da cultura Africana na Bahia. Luís dos Santos Vilhena (Cartas de Vilhena, impressas na Imprensa Oficial, na Bahia, em 1922) disse:




das casas mais opulentas desta cidade” saem as negras de ganho, “oito, dez e mais, a vender pelas ruas a pregão, mocotó, isto é, mão-de-vaca, cururus, vatapá, mingaus, pamonhas, canjicas, isto é, papas de milho, acaçás, acarajés, abarás, arroz de coco, feijão de coco, angus, pão-de-ló de arroz, o mesmo milho, roletes de cana, queimados, isto é, rebuçados a oito por vintém, doces de infinitas qualidades, ótimos muitos deles, pelo seu asseio, para tomar por vomitórios”.

Apesar da inclusão da culinária dos negros, o preconceito resistira. E hoje em Salvador, pode-se observar uma culinária cheia de diversificação, como o gosto pelos mariscos que é herança lusitana, e a utilização do dendê para fazer e fritar alimentos. Mas não tão forte, a herança africana persiste, mas como uma identidade Soteropolitana, de braços baianos e coração africano.




Saindo de Salvador, rumo ao sul, a culinária do azeite de dendê abre espaço para a comida sertajena.

Sertanejas:

Escondidinho: basicamente feito de carne seca, mussarela, purê aipim e batatas. É um prato nordestino que também utiliza a macaxeira para substituir o aipim.

Carne de fumeiro: Feita no nordeste com carne de porco. Servida também integrada ao arrumadinho.

Arrumadinho: é um petisco famoso dos bares de Recife. Feito de feijão verde, carne do sol, e uma salada de tomate e cebola.

Charque: Carne salgada servida frita com acompanhamento de saladas, arroz ou batata frita.



Indíjena:

Maniçoba: A maniçoba, também conhecida como feijoada paraense, é um prato de origem indígena. O seu preparo é feito com as folhas da maniva / mandioca (Manihot utilíssima) moídas e cozidas, por aproximadamente uma semana (para que se retire o acido cianídrico, que é venenoso), acrescida de carne de porco, carne bovina e outros ingredientes defumados e salgados.



Lusitanas:

Bolinho de bacalhau: Herança portuguesa, é uma massa feita de batatas com bacalhau desfiado dentro.

Cuscuz: Prato popular salgado, feito com massa de farinha de milho cozida ao vapor d’água e depois umedecida com leite de coco.

Dobradinha: Basicamente feito do bucho de animais, em especial do boi, cozido em pequenos pedaços com grande variedade de condimentos e acompanhamentos.

Os gosto pelos mariscos é uma herança lusitana.



Africanas:

Abará e acarajé: Tem a mesma massa, apenas diferenciando que o acarajé é frito. É feito de feijão fradinho, dendê, cebola e camarão.
Cozido: Basicamente feito de legumes e verduras cozidas com carne e farinha.
Angu: Espécie de polenta que era quase que unicamente comida pelos escravos.

Outras influências:

Japonesas, Mexicanas, Árabes, Chinesas Tailandesas, Italianas e Espanholas. Salvador se diversifica mas abre espaço para a procura de uma comida Baiana mais elaborada, de fato, esquecida muitas vezes e resgatada nos botecos por introduzir uma comida feita como “em casa”.

Fotos - Registros de Salvador por um outro olhar

Na ordem:

1 - Fitas do Bonfim - Pelourinho
2 - Sede do Olodum - Pelourinho
3 - Praça do Campo Grande - Campo Grande
4 - Barcos - Rio Vermelho
5 - Vela - Rio Vermelho





































































































Fotos por Jamile Marcellino.