quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A festa - Candomblé

Segundo a definição do Wikipédia, candomblé, culto dos orixás, de origem totêmica e familiar, é uma das religiões afro-brasileiras praticadas principalmente no Brasil, pelo chamado povo do santo, mas também em outros países como Uruguai, Argentina, Venezuela, Colômbia, Panamá e México. Na Europa: Alemanha, Itália, Portugal e Espanha. A religião que tem por base a anima (alma) da Natureza, sendo, portanto chamada de anímica, foi desenvolvida no Brasil com o conhecimento dos sacerdotes africanos que foram escravizados e trazidos da África para o Brasil, juntamente com seus Orixás/ Inquices/ Vodus, sua cultura, e seu idioma, entre 1549 e 1888. Baseado num pedido da professora Silvana Moura, que ministra a matéria Cultura Brasileira e Baiana, houve uma visita a um terreiro de candomblé. O local escolhido foi o Centro de Caridade Caboclo Capangueiro. É um terreiro de estrutura relativamente simples (localizado na laje de uma casa) no Mont Serrat. Ely Macedo foi a responsável que cuidou da chegada, das explicações sobre o que ocorreria durante a sessão, etc. Havia várias imagens espalhadas pelas paredes, Porém, em destaque, a imagem de Xangô, considerado o orixá responsável pelo centro. Ao entrar no salão, onde seria realizado todo processo, é possível se deparar com mulheres, crianças, homens de todas as etnias, cores e idades. É uma cena bonita de se ver. Com tudo preparado, é chegado o momento de começar a cerimônia. Nesse momento as palmas ecoam e então as primeiras entidades surgem. Boiadeiro, Jeremias e Capangueiro. É até gozado o modo como eles falam. Assemelha-se a uma linguagem infantil, mas que, porém, logo é traduzida. Nesse momento eles pegam as oferendas e encostam nas respectivas pessoas que as levaram, como sinal de aceitação.
Em seguida baixou Tupinambá e depois, Oxossi. Houve uma cena com a água da cachoeira e óleo. Não podendo esquecer da presença de orixás como Iansã e Erú.
As cenas são meio chocantes no inicio. Pessoas se tremem, te tocam, te olham e falam com você. Porém, no decorrer da cerimônia, é normal se acostumar.
Todo o processo dura cerca de 7 horas.



Vídeo relacionado:

http://www.youtube.com/watch?v=GDK_QrndM2s

Documentário - Boca de Lixo

O documentário Boca de Lixo, feito por Eduardo Coutinho em 1992 começa com imagens silenciosas do lixão. Animais passando, cães, porcos e urubus. De repente o silêncio é quebrado com um grito e com o êxtase por conta da chegada de mais um caminhão de lixo. Ao começar as entrevistas, os catadores estão muitos cautelosos, mas aos poucos vão se soltando. Em sua maioria, demonstram e ratificam o orgulho de trabalhar em um lixão. “É melhor trabalhar aqui, do que em muita casa de família”, “Minha mãe teve dez filhos. Todos criados com o dinheiro e a comida daqui”, “Aqui a gente trabalha honestamente. É melhor do que roubar”. Porém existem aqueles que se envergonham e preferem até mesmo não aparecer, dando entrevistas com o boné no rosto, ou se escondendo com as mãos. “Já trabalhei em casa de família e em restaurante, e é bem melhor porque lá a gente trabalha na limpeza, faz as refeições direito, etc”.
Os caminhões que chegam não abastecem os catadores apenas de matéria prima pra o trabalho não. Além de ferros, papelões, alumínio, que eles usam pra vender, eles tiram de lá alimentos como batata, chuchu, cenoura, maçã, resto de comida, etc. Pegam materiais pra construir casas e barracos. Recolhem roupas, calçados, coisas de utilidade. Usam bolas de gude, bolas de futebol, dominós e cartas de baralho para o lazer. “O que não serve para o rico pode ser muito útil para o pobre”.
É possível encontrar de tudo num aterro, de uma história de amor de começou por lá e perdura até hoje, até a história de uma linda garota que tem um talento em potencial fantástico. Ela possui uma belíssima voz e sonha ser cantora sertaneja. É muito comum acidentes ocorrerem. Os mais comuns são arranhões com lâminas, cortes com cacos de vidro e furadas de agulhas decorrentes do lixo hospitalar. Apesar de toda dificuldade e precariedade, muitas pessoas se acostumaram com essa vida. Elas chegam a deixar o lixão, porém não demoram muito a voltar.

“O lixo não é um fim. Ele é um novo começo”.
- Vídeo relacionado:

http://www.youtube.com/watch?v=UY-4w-JQkOw

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

FIAC - FESTIVAL INTERNACIONAL DE ARTES CÊNICAS

FIAC 2009;

Peça: Larvárias

Data: 31.10.2009

Teatro: Teatro Martim Gonçalves ( Canela)

Analise sobre a peça Larvárias.


A peça Larvárias tem como diferencial o seu teor lúdico.

Pois apesar de não ter falas constrói uma perspectiva de compreensão íntima da plateia, transportando para a dramaticidade um novo significado. Trabalha com uma tradução de significados a cada momento que se refere aos dois personagens, - multiplicados em máscaras -transferem uma sensação de gestação ininterrupta da trama. Por vezes, temos como sentido que a bola ao palco significa nossa relação com o útero, por outras, com nossa moradia, consolo e até mesmo com a criação de algo inusitado em nosso ímpeto.

É justamente como se sente ao assistir esta peça, como algo que se produz de forma jamais reconhecível, que altera percepções e aguça traduções individuais. Talvez, para induzir o imaginário que persiste em permanecer calado. Lavarias lhe parece algo incompreensível no começo, confuso no segundo plano – pois da confusão tentamos entender o que realmente nos interessa - e terceiro, a reflexão.
As máscaras traduzem as características dos personagens que não precisam de forma alguma de falas. Os atores traduzem corporalmente - e em seu semblante engessado de cada cena -o que temos de perceber. Até mesmo quando se nota a semelhança com animais, que defendem seus propósitos, instintivos e providenciais. Talvez também mais uma linha de raciocínio de tradução. É uma experiência diferente, cheia de emoção e curiosidade.

O vídeo dando um pouco de significado a peça Larvárias - no que se diz visualmente- está disponível no YouTube no seguinte endereço:

http://www.youtube.com/watch?v=PHJsFm25JiM .

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Matrizes Étnicas - Influências na culinária Baiana














Histórico da comida Baiana:

As culinária Portuguesa era a base da alimentação lusitana, depois da chegada dos negros a casa grande, as negras cozinhavam cozidos, guisados, o angu ( que era um tipo de polenta que os negros comiam) dentre outras formas da culinária africana. Essa incorporação da comida africana junto a lusitana deu espaço para a disseminação da cultura Africana na Bahia. Luís dos Santos Vilhena (Cartas de Vilhena, impressas na Imprensa Oficial, na Bahia, em 1922) disse:




das casas mais opulentas desta cidade” saem as negras de ganho, “oito, dez e mais, a vender pelas ruas a pregão, mocotó, isto é, mão-de-vaca, cururus, vatapá, mingaus, pamonhas, canjicas, isto é, papas de milho, acaçás, acarajés, abarás, arroz de coco, feijão de coco, angus, pão-de-ló de arroz, o mesmo milho, roletes de cana, queimados, isto é, rebuçados a oito por vintém, doces de infinitas qualidades, ótimos muitos deles, pelo seu asseio, para tomar por vomitórios”.

Apesar da inclusão da culinária dos negros, o preconceito resistira. E hoje em Salvador, pode-se observar uma culinária cheia de diversificação, como o gosto pelos mariscos que é herança lusitana, e a utilização do dendê para fazer e fritar alimentos. Mas não tão forte, a herança africana persiste, mas como uma identidade Soteropolitana, de braços baianos e coração africano.




Saindo de Salvador, rumo ao sul, a culinária do azeite de dendê abre espaço para a comida sertajena.

Sertanejas:

Escondidinho: basicamente feito de carne seca, mussarela, purê aipim e batatas. É um prato nordestino que também utiliza a macaxeira para substituir o aipim.

Carne de fumeiro: Feita no nordeste com carne de porco. Servida também integrada ao arrumadinho.

Arrumadinho: é um petisco famoso dos bares de Recife. Feito de feijão verde, carne do sol, e uma salada de tomate e cebola.

Charque: Carne salgada servida frita com acompanhamento de saladas, arroz ou batata frita.



Indíjena:

Maniçoba: A maniçoba, também conhecida como feijoada paraense, é um prato de origem indígena. O seu preparo é feito com as folhas da maniva / mandioca (Manihot utilíssima) moídas e cozidas, por aproximadamente uma semana (para que se retire o acido cianídrico, que é venenoso), acrescida de carne de porco, carne bovina e outros ingredientes defumados e salgados.



Lusitanas:

Bolinho de bacalhau: Herança portuguesa, é uma massa feita de batatas com bacalhau desfiado dentro.

Cuscuz: Prato popular salgado, feito com massa de farinha de milho cozida ao vapor d’água e depois umedecida com leite de coco.

Dobradinha: Basicamente feito do bucho de animais, em especial do boi, cozido em pequenos pedaços com grande variedade de condimentos e acompanhamentos.

Os gosto pelos mariscos é uma herança lusitana.



Africanas:

Abará e acarajé: Tem a mesma massa, apenas diferenciando que o acarajé é frito. É feito de feijão fradinho, dendê, cebola e camarão.
Cozido: Basicamente feito de legumes e verduras cozidas com carne e farinha.
Angu: Espécie de polenta que era quase que unicamente comida pelos escravos.

Outras influências:

Japonesas, Mexicanas, Árabes, Chinesas Tailandesas, Italianas e Espanholas. Salvador se diversifica mas abre espaço para a procura de uma comida Baiana mais elaborada, de fato, esquecida muitas vezes e resgatada nos botecos por introduzir uma comida feita como “em casa”.

Fotos - Registros de Salvador por um outro olhar

Na ordem:

1 - Fitas do Bonfim - Pelourinho
2 - Sede do Olodum - Pelourinho
3 - Praça do Campo Grande - Campo Grande
4 - Barcos - Rio Vermelho
5 - Vela - Rio Vermelho





































































































Fotos por Jamile Marcellino.